Viver à Beira-Mar com Patrícia Liger
Viver à beira-mar: inspiração, desafios e conquistas
Viver à beira-mar é o sonho de muitos, mas quando uma casa deixa de ser apenas um refúgio de veraneio para se tornar um lar permanente, esse sonho ganha novas camadas de desafios e descobertas. Este texto reflete a jornada de transformar uma casa de férias em um espaço para a vida cotidiana, equilibrando a inspiração de viver próximo ao mar com a gratidão por abraçar essa nova realidade.
No início, confesso que me desesperei. Era um mundo novo, repleto de imprevistos, e parecia que nada se encaixava na rotina que eu imaginava. Porém, ao mudar minha atitude, percebi que o primeiro passo era aprender. Comecei a estudar, pesquisar e buscar soluções para transformar essa realidade. A casa de veraneio precisava se tornar não apenas uma casa na praia, mas um verdadeiro lar.
Aqui, compartilho como enfrentei – e enfrento diariamente – as mudanças. Foi necessário mergulhar fundo na investigação de materiais, métodos e estratégias para lidar com os impactos do clima litorâneo. Cada solução encontrada se tornou uma pequena vitória, e cada conquista, por menor que fosse, era motivo para celebrar. Este processo de adaptação é desafiador, mas também profundamente recompensador, reafirmando a beleza de viver à beira-mar.
De casa de veraneio a lar permanente
Desde 2001, minha família mantinha uma casa na praia, um espaço dedicado aos momentos de descanso e desconexão. Mas, em 2022, essa relação mudou completamente. Saí do interior, onde vivia desde 2004, para transformar essa casa em meu lar. A transição trouxe uma nova perspectiva: estar a apenas 150 metros do mar não é apenas uma mudança geográfica, mas uma verdadeira redefinição do que significa viver.
O equilíbrio entre inspiração e desafios
A vida à beira-mar é encantadora. A proximidade com o mar, o som das ondas, o ar puro e a luz única do litoral proporcionam uma conexão direta com a natureza. No entanto, o dia a dia revelou desafios que não existiam em minha antiga rotina no interior. A maresia, por exemplo, é implacável, corroendo móveis e estruturas e exigindo cuidados constantes.
Ao me deparar com uma casa marcada pelo tempo e pela exposição ao clima, percebi que transformar este espaço em um lar permanente exigiria mais do que adaptações; seria um mergulho em aprendizado e resiliência.
Restauração, pesquisa e aprendizado
A restauração da casa está sendo um marco nessa transição. Estou pesquisando materiais arquitetônicos resistentes ao ambiente marítimo, explorando formas de preservar a estrutura e redesenhenhando a jardinagem para enfrentar os desafios do clima. Cada reforma se tornou uma lição valiosa, revelando o que realmente significa viver à beira-mar com consciência e cuidado.
Nesse processo, percebi que morar na praia exige um equilíbrio constante entre o que há de mais belo e o que é mais exigente. Cada desafio enfrentado se tornou um símbolo da escolha por uma vida mais conectada à natureza e à qualidade de vida.
Entre gratidão e inspiração
Hoje, essa casa, antes reservada para os verões, é o espaço onde construo minha história todos os dias. Transformá-la está sendo mais do que um esforço físico; está seno uma jornada de autodescoberta e de compreensão do que é essencial.
Viver à beira-mar é um convite diário à inspiração, mas também à gratidão por cada conquista. É aceitar os desafios do litoral como parte do processo e se permitir apreciar a liberdade que só o horizonte infinito do mar pode proporcionar.